POV Roberta
Estava sentindo uma dor insuportável, mas teve uma hora que a dor sessou. Acordei em um quarto todo branco, logo reconheci ser um quarto de hospital. Então me lembrei de ter caído da escada da casa do Tomás e depois ter desmaiado. Abri os olhos e vi uma enfermeira analisando o soro que estava em meu braço direito.
Roberta: Cadê o Diego? Eu preciso falar com ele. – disse num sussurro.
Enfermeira: A senhorita precisa descansar. Vou chamar o médico que lhe atendeu.
Enfermeira: Acho que o médico vai poder lhe explicar melhor.
Roberta: Eu só quero saber se meu bebê está bem. – pousei a mão na minha barriga.
Enfermeira: Ok... Infelizmente você perdeu o bebê.
Naquele momento meu mundo caiu. Como assim eu tinha perdido o MEU filho? Nada fazia mais sentido...
Roberta: Não... Não pode ser! Por que eu? – disse aos prantos
Enfermeira: Calma. Isso é mais comum do que você imagina...
Então lembrei que quando eu caí da escada alguém havia me empurrado. Lembrei também que lá em cima só estava eu, a Carla, a Maria, o Tomás e o Pedro. Se alguém tinha me empurrado esse alguém com certeza era ela.
Roberta: Foi ela... – disse num sussurro.
Enfermeira: O que foi que a senhorita disse?
Roberta: Nada. Eu queria ficar um pouco sozinha...
Enfermeira: Tudo bem. Daqui a pouco o médico vem aqui para conversar com você. – ela saiu e me deixou sozinha.
Essa ferida parece que nunca vai cicatrizar. Essa dor é mais real do que gostaria que fosse. Há tantas coisas que o tempo não pode apagar e com certeza esse dia será uma dessas coisas. Sinto-me uma inútil, se nem ao menos consegui proteger meu filho...
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